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Segundo a Polícia Civil, eles pagaram R$ 1 milhão para adquirir o lote, que valia a metade do preço, e, após o pagamento, ficaram com R$ 500 mil, que receberam de volta do dono da propriedade (veja vídeo acima).
A operação, chamada de Metro Quadrado, foi deflagrada nesta quarta-feira (27) pelo Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco). Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão, além do bloqueio de R$ 500 mil de contas bancárias ligadas aos suspeitos, que não tiveram os nomes divulgados.
À TV Globo, o delegado Paulo Furtado disse que, no início do inquérito, os suspeitos justificaram que a transação fazia parte de um processo de desapropriação para a obra. No entanto, não havia nenhum decreto de utilidade pública nem autorização da Câmara de Vereadores para desapropriar o terreno. O g1 tenta contato com a prefeitura de Itamaracá para falar sobre o caso.
"O vendedor foi procurado por agentes públicos, que ofereceram o valor de R$ 1 milhão na compra desse terreno. E isso foi condicionado à devolução de parte dos valores. Então, o vendedor recebeu esses valores e devolveu metade para os referidos agentes públicos", explicou o delegado.
De acordo com a Polícia Civil, a investigação começou no ano passado, a partir de uma denúncia feita pela Câmara Municipal ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), que fez uma auditoria na aquisição do terreno e identificou indícios de superfaturamento e fraude em licitação.
"Visualizando que poderia haver suposta prática criminosa, esse procedimento foi encaminhado ao Dracco, onde, com base nesses elementos probatórios iniciais, foi instaurada uma investigação policial. [...] A investigação visou não só constatar essa devolução dos valores, mas também fazer um link do conluio entre as pessoas na prática de crimes", informou Paulo Furtado.
O delegado disse, ainda, que, após o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, a investigação segue em andamento e, por isso, não detalhou quem participava do esquema e a relação entre os envolvidos.
Os suspeitos são investigados por peculato (apropriação ou desvio de recursos públicos), crime de responsabilidade, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e associação criminosa.